Professores,
Mestres e Doutores.
(versão
1)
Apresentação
Trabalho elaborado à luz do
pensamento de Pierre Bourdieu (França, 1930-2002), que ainda é considerado um
dos sociólogos mais importante da contemporaneidade. Suas ideias hoje são utilizadas
não só no campo político e social, mas principalmente no campo acadêmico. Bourdieu
dedicou a maior parte de sua vida intelectual ao tema da educação, fato
assegurado por Ione Valle, (a tradutora da obra homo academicus), segundo Mello e Martins que elaboram uma resenha,
depois da tradução para o português, da publicação homo academicus, lançada em 1984 na França e em 2011 no Brasil.
Professores, Mestres e
Doutores, são os títulos das classes que compõem o segmento de classe dominante
no ambiente universitário, dominando o conhecimento e a informação, para a
formação acadêmica. Mestres e doutores são professores possuidores de um (re)conhecimento
comprovado e (re)conhecido por títulos, são detentores de uma titulação e não
de uma diplomação, ofertada e reconhecida por outros pós-graduados antecessores.
Mestres e doutores dispõem do uso destes títulos depois defenderem uma
dissertação ou uma tese diante a uma banca formada por veteranos do
conhecimento.
E tal como disse Bourdieu,
este é um ambiente perigoso de ser explorado, usando de suas palavras, é tirar
o véu de seus dos ‘segredos de sua tribo’ [adjetivo citado pelo autor], já que
seus estudos e análises foram a partir de Sorbone de Paris. Trabalhos intelectuais induzem a
responsabilidades.
Justificativas
O texto foi construído sem a
intenção de ser um trabalho científico montado em moldes padrões tendo em vista
que os pesquisadores atualmente perdem mais tempo enquadrando os artigos em
modelos e padrões, ABNT e Vancouver, do que mergulhando na pesquisa e chegando
a conclusões (Cardoso, in Desafios da Pesquisa. Entre o clássico e o emergente,
2013).
Tons críticos foram a mim apresentados
por Mirna Santiago. Com suas observações, não ao texto aqui exposto, mas de minhas
opiniões sob o seu ponto de vista acadêmico, assim foi possível amenizar a
critica sob o prisma da visão bourdiesiana, sobre o universo das universidades
e faculdades. Faculdade não no sentido apresentado por um doutor e coordenador
de um curso de marketing ao dizer que faculdade refere-se a facultativo, em fazer
ou não fazer o curso, fato acontecido em ambiente restrito em uma determinada
instituição particular de Natal/RN.
Agradecimentos
Um texto construído sob
apenas um ponto de vista corre o risco de ficar um tanto tosco e hermético. Meus
agradecimentos a Mirna Santiago, consultora de Gestão da Qualidade e docente
universitária, quem muito contribuiu com suas observações aos meus posicionamentos.
As observações de Mirna foram formuladas a partir de um ponto de vista professoral,
acadêmico e dinâmico que é seu comportamento profissional.
Desenvolvimento
Tempo e espaço
A cidade de Natal/RN conta
hoje com uma universidade federal e uma universidade estadual, uma universidade
particular e alguns centros educacionais também da iniciativa privada. A Avenida
Roberto Freire, antiga Estrada de Ponta Negra, por forças do destino tornou-se
um campo de forças de instituições universitárias, onde de um lado da via encontramos
o campus universitário federal e do
outro lado da via encontramos alguns estabelecimentos privados de ensino,
conforme artigos publicados no Jornal de Hoje de Natal/RN: Cardoso in Batalha na Avenida Roberto Freire; in Conflitos
de gênero na batalha da Roberto Freire; e in Marketing de guerra na batalha da Roberto Freire. Um campo de
forças que levou a comparação com momentos históricos da região e a elaboração
de alguns temas referentes a situação. A cidade de Natal esta localizada no Estado
do Rio Grande do Norte, que possui um contorno geográfico que lembra a forma de
um elefante, fato que novamente deu margem de algumas comparações determinando
a construção de dois artigos publicados no jornal O Mossoroense da cidade de
Mossoró/RN, 2012.
A questão institucional
Os professores detém uma
forma institucionalizada de capital, e os professores universitários são os que
mais dominam este capital. Detém um poder institucionalizado coberto e
garantido pela instituição de ensino, aquela que paga seus salários através da
obtenção de recursos financeiros de origem das mensalidades pagas pelo corpo
discente. E determinam elas, as instituições, as estratégias de ensino. Constroem
um currículo a partir da demanda e exigência do mercado que devera contratar os
formandos ao final do curso. Constroem uma grade curricular, fazem uma serifação
e montam um curso superior. Um grande argumento das instituições particulares
de formação universitária hoje, sem importar o curso ou a graduação tem sido a
obtenção de um diploma de ensino superior que vai possibilitar ao aluno poder
participar de concursos públicos onde estes diplomas são necessários.
Poder simbólico
As instituições de ensino tem
o poder julgar e medir de conhecimento do aluno, normalmente a cada bimestre. Os
professores têm dois meses para elucidar uma fração do conteúdo geral, e ao
final aplicam uma prova onde o aluno deverá responder tal qual ouviu do
professor, não sendo permitidas maiores explanações ou divagações. O aluno esta
ali para atestar que aprendeu o que foi explanado pelo professor. Torna-se um
risco apresentar outros conhecimentos.
A velocidade da informação
hoje é tal que pouco tempo os professores têm para se atualizar sobre o que
acontece a sua volta. Muitos professores acabam desrespeitando as autorias
intelectuais. Fica difícil construir uma produção intelectual própria. Acabam
caindo no erro que procuram inibir os alunos em uma prova, a conhecida cola. Lançam
provas e exercícios conseguidos pelos recursos de copiar e colar. O computador
permite esta facilidade.
Out
siders
A universidade constrói
grupos de out siders a partir do
momento que entende e convence a sociedade como um todo que é detentora de um
conhecimento e informação, não encontrado em outros lugares e impossível de ser
adquirido por outros meios que não seja o ingresso em seus cursos. As
faculdades com ênfase das particulares possuidoras e recursos financeiros tem
capacidade de financiar campanhas universitárias que mostram ao pretendente
aluno que o seu futuro e sua carreira esta garantida a partir das frequências
em seus cursos.
Poderes e poderes
Os poderes institucionais
ampliam-se e ocupa parte do tempo de professores a partir do momento que passam
exercer outras funções dentro da instituição, ocupações mais administrativas do
que didáticas. Com as ocupações de chefes de curso e chefes de departamentos,
mais as atividades de preenchimento de relatórios e planos de aula, passam a
transferir tempo que poderiam dedicar-se a novos estudos para passar
informações aos superiores ou controlar inferiores. Tempo ocupado e desperdiçado
a chamada mais valia que ensinam dentro das salas de aula, ao conceituar Marx.
Bourdieu faz menção que
estes profissionais universitários que formam o corpo docente se opõem a
escritores e artistas que ocupam setores menos privilegiados do campo social
ficando distantes de normas e valores que são imputados dentro destes prédios
chamados faculdades. Em contra partida Santaella mostra que as artes e as
comunicações estão convergindo. As relações alunos e professores estão baseadas
na comunicação.
Diante um mundo tecnológico,
os caminhos são interatuantes, as comunicações e as artes estão convergindo a
um processo de comunicação. As tecnologias invadem as faculdades e os
professores nem se dão conta que estão perdendo espaço para vídeos e datas
show, o professor não passa de uma representação institucional dentro da
sala de aula portando um crachá que o
autoriza a representar a instituição.
Tornando um símbolo ou um totem, um marketing personalizado, quebrando um pouco
da tecnologia educacional presente na sala de aula. Ele e só ele o professor tem
o poder de ligar e desligar os equipamentos de TI - tecnologia da informação. Para preparar uma
aula com slides e data show é preciso ter conhecimento da matéria, uso da
tecnologia e conceitos de artes para não criar apresentações entediantes.
Um texto como este que pode
evoluir a cada dia pode ser arquivado em nuvens, evitando arquivar em um
computador sem mobilidade de transporte e podendo ser acessado de qualquer
outro ponto onde possa haver uma conexão de internet.
O acesso a universidade esta
ligado a posse de capital, hoje com benefícios de programas governamentais vem
ficando um tanto mais democrático o acesso ás universidades. Aqueles que não
conseguem uma vaga em universidades publicas por critérios iniciais ainda tem a
oportunidade de ingressar em instituições privadas por meio de créditos
educacionais. O que tem sido uma ótima oportunidade ao estudante, tem sido um
filão financeiro que beneficia aos particulares. Novas estratégias e recursos
de ingresso ao estudo vêm sendo estudadas e implantadas, como o ingresso aos
cursos profissionalizantes para aqueles que não conseguiram um ingresso em uma
faculdade. (evento).
A nova ordem social
Artigos publicados em
jornal, esta é a nova ordem social do conhecimento. As instituições de fomento
e pesquisa orientam pesquisadores que publiquem em jornal com intenção de
socializar o conhecimento. Não só a divulgação é mais democrática já que atinge
aquele que não tem acesso a internet.
Hoje o conhecimento deve
sair do circulo fechado dos pesquisadores para atingir um grupo maior de
pessoas. E nos jornais diários é possível qualquer um ter acesso, um maior
publico pode acessar a informação.
O jornal é um produto de
menor validade dentre muitos perecíveis, fato inédito é alguém comprar um
jornal do dia anterior. Poderá tentar adquirir um jornal com uma data antiga se
há algo a pesquisar ou guardar como informação ou recordação. Mas um fenômeno
interessante acontece, mesmo sendo um jornal velho podemos encontrar uma noticia
que possa ser interessante. Eu já vi artigos meus em jornais velhos forrando
vidros em loja enquanto estava em obras aguardando uma reforma ou uma
inauguração. Fato que não impede alguém de ler um jornal depois de algumas
semanas da circulação. Curiosamente sempre em uma publicação antiga achamos
algo que no momento noticiado passou despercebido. O conhecimento e a
informação estão em todos os lugares, e quando menos se espera podemos esbarrar
com eles. Novos rumos do Jornalismo (JH,
6 e 7/10/12)
Pesquisadores publicam suas
pesquisas em revistas cientificas indexadas, que por meio de palavras chaves as
informações vão se cruzando e se descobrindo. Mas este tipo de informação gira
em círculos fechados cada vez mais restritos, tendo em vista que os grupos de
pesquisadores tendem a afinar seus escolhidos para fazer parte de uma academia
mais restrita com critérios de ingressos cada vez mais restrito.
Professores se tornam
Mestres que por sua vez se tornam doutores, que agora vem acumulando diversos títulos
de pós-doutorados. É o duelo de canudos no campo cientifico. Lidera um grupo
aquele que tiver o canudo mais raro. Lideram grupos aqueles que tiverem títulos
e conhecimentos legais. Mestre, doutor e
acionista majoritário (JH, 18/07/12).
Presente e futuro
A globalização não é apenas
o uso da internet, mas a circulação e difusão do conhecimento. Chegando a
outras camadas da sociedade. E aquele que ainda não tem acesso a internet tem
acesso aos jornais impressos, que também são encontrados na internet. Um novo
momento começou.
REFERENCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
BOURDIEU, Pierre (2011). Homo academicus. 16ª.
ed. Florianópolis: Editora UFSC.
BOURDIEU, Pierre (2012). O poder simbólico.16ª.
ed. Rio
de Janeiro: Bertrand Brasil.
CARDOSO, Roberto (2012). Dicotomia natalense. Novo Jornal em 12/05/2012,
Natal/RN. Disponível em:
CARDOSO, Roberto (2012). Batalha na Avenida Roberto Freire.
Jornal de Hoje em 30/07/2012, Natal/RN. Disponível em:
CARDOSO, Roberto (2012). Anatomia
cartesiana do RN. Jornal o Mossoroense em 23/08/2012, Mossoró/RN.
Disponível em:
CARDOSO, Roberto (2012). Marketing de guerra na batalha da Roberto
Freire. Jornal de Hoje em 27/08/2012, Natal/RN. Disponível em: marketing-de-guerra-na-batalha-da-roberto-freire-roberto-cardoso-produtor-cultural-e-ativista-cultural-rcardoso277yahoo-com-br
CARDOSO, Roberto (2012). Novos rumos do Jornalismo. Jornal de
Hoje em 6 e 7/10/2012, Natal/RN. Disponível em:
CARDOSO, Roberto (2012). Mestre,
doutor e acionista majoritário. Jornal de Hoje em 18/10/2012, Natal/RN.
Disponível em:
CARDOSO, Roberto (2012). O Elephante
de Shiva. Jornal o Mossoroense em 07/11/2012, Mossoró/RN. Disponível em:
CARDOSO, Roberto (2012). Dicotomia natalense. Jornal DCE/FMN em
Dez/2012, Natal/RN. Disponível em:
CARDOSO, Roberto (2013). Desafios da pesquisa. Entre o clássico e o
emergente. Informática em Revista. Pag. 10. Ano 7 – Nº 83, junho 2013. Natal/RN.
SANTAELLA, Lucia (2008). Por que as comunicações e as artes estão
convergindo? 3ª. ed. São Paulo:
Paulus.
Texto disponível em:
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Natal - Parnamirim/RN
─ 17/07/2013
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Roberto
Cardoso
(Maracajá)
Cientista Social
Produtor e Ativista
Cultural
Jornalista
Científico
Reiki Master &
Karuna Reiki Master
Colunista de Informática
em Revista
Sócio Efetivo do
IHGRN
(Instituto
Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte)
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No
período de julho/2013 a outubro/2013
estarei concorrendo ao PREMIO
DESTAQUES DO MERCADO na categoria Colunista em Informática na
publicação Informática em Revista.
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